Há sons que não apenas preenchem o ar, eles atravessam a alma.
De 23 a 25 de outubro, o Amapá Jazz Festival retorna à beira do rio Amazonas para fazer da paisagem um palco e da música uma ponte entre povos, sotaques e afetos. O encontro do rio com o som
No pátio da Casa do Artesão, o vento que sopra do rio vai se misturar ao som dos saxofones, das guitarras e das vozes que chegam de longe. É o 17º Amapá Jazz Festival, que neste ano homenageia o músico e sociólogo Fernando Canto, um nome que ajudou a traduzir o espírito cultural do Amapá.
Do Rio de Janeiro, vem o saxofonista Léo Gandelman; da Guiana, a potente voz de Clara Nugent; de Macapá, o talento de Miguel Neto; e, de Belém, a força lírica da paraense Andréia Pinheiro. Três dias em que o rio e o jazz respiram juntos.
Como o Jazz virou linguagem popular no Amapá?

O festival nasceu do Jazz na Calçada, um projeto idealizado pelo instrumentista Fineias Nelluty, aquele que acreditou que o jazz não precisava de palcos caros, mas de calçadas vivas.
Foi ali, sob o poste e o céu aberto, que o som se fez encontro: professores, curiosos, músicos e gente simples reunidos para celebrar o improviso.
Hoje, o Amapá Jazz Festival é a consagração dessa caminhada, um símbolo de resistência cultural e da potência da música instrumental como elo entre o popular e o sofisticado.

Quem sobe ao palco em 2025 no Amapá Jazz Festival?
📅 Quinta-feira (23): Amazon Music (AP), Pierre-Marie Levailant (Guiana), Coronária Jazz (AP) e a tradicional Jam Jazz na Calçada.
📅 Sexta-feira (24): Ismael Nascimento (AP), Miguel Neto (AP), Pedro Franco Trio (RJ) e Clara Nugent (Guiana).
📅 Sábado (25): Andréia Pinheiro (PA), Marcelo Galter (RJ) e o encerramento com Léo Gandelman & Duo Bittencourt (RJ).
Cada noite é um mergulho, um improviso entre continentes, um diálogo sem tradução. Porque o Amapá Jazz Festival não é apenas música: é movimento, é memória e é um lembrete de que a arte ainda sabe ser resistência.
Na beira do Amazonas, cada nota vai ecoa como um manifesto: o de que o Amapá pode, sim, produzir cultura de nível internacional e fazê-la soar como um abraço coletivo.
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