O Teatro das Bacabeiras, que há seis anos silenciava o coração cultural de Macapá, volta a pulsar. O velho palco da emoção e dos aplausos renasce sob o compromisso do governador Clécio Luís: “Vamos devolver o Teatro das Bacabeiras ao povo do Amapá.”
Há prédios que são mais do que concreto, são memória, identidade, espelho de um tempo. O Teatro das Bacabeiras, inaugurado em 1990, guarda o eco de aplausos e sonhos de artistas que construíram parte da alma amapaense. Agora, o Governo do Estado inicia sua reforma total, respeitando a história e adaptando-se ao presente.

O projeto é minucioso e ousado. Prevê desde o reforço da estrutura até a instalação de modernos sistemas de iluminação cênica, climatização e acústica, garantindo conforto, acessibilidade e segurança.
A obra, financiada com recursos do senador Davi Alcolumbre e contrapartida do Estado, tem prazo de um ano para devolver vida ao palco que fez história.
Por trás das cortinas fechadas desde 2019, o teatro guardava o silêncio das ausências, de público, de investimento, de cuidado. Mas, como em toda boa peça, o terceiro ato chega com esperança.

“É uma obra emblemática, com restauração e reforma geral, porque é um símbolo urbanístico do Amapá”, disse Clécio Luís, diante de artistas, técnicos e servidores que há décadas habitam o espaço.
Evilson Goveia, o cenotécnico Viola, emocionou-se ao falar do reencontro com o palco onde construiu a própria vida. “Tudo o que sonhei de volta está aqui”, disse, entre lágrimas e sorrisos.
A obra preserva a arquitetura original, mantendo viva a memória do espaço, mas adota padrões técnicos que hoje são exigência legal e moral. Desde a tragédia da Boate Kiss, em 2013, as normas de segurança e combate a incêndios mudaram e o Teatro das Bacabeiras será totalmente adaptado.
A acessibilidade também se torna protagonista: rampas, assentos especiais, sinalizações e novas rotas de evacuação farão parte de uma casa de espetáculos verdadeiramente inclusiva.

Mais do que uma obra de engenharia, o que se reconstrói é um sentimento coletivo. O Teatro das Bacabeiras representa a resistência de uma classe artística que nunca desistiu. O retorno das luzes desse palco é o renascimento simbólico da arte amapaense, um convite para que a cidade volte a aplaudir de pé a sua própria cultura.
“Um teatro não é só um prédio. É onde o povo se vê e se reconhece”, disse um dos artistas presentes, resumindo o espírito da cerimônia.
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