Em um novo depoimento à Justiça, realizado por videoconferência na sexta-feira (14), o empresário Claudiano Monteiro de Oliveira, proprietário das empresas XC Casa Construção, Construmas e CM de Oliveira CIA Ltda, reafirmou as acusações de corrupção e desvio de recursos públicos contra o secretário municipal de Obras (Semob), Cassio Cleiden Rabelo Cruz, homem de confiança do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB).
Na condição de réu em um processo movido por Cassio Cruz por calúnia e difamação, Monteiro de Oliveira reiterou que o secretário recebeu propina em um contrato de R$ 10 milhões, posteriormente reajustado para R$ 15 milhões, destinado à construção de uma praça em Macapá.
O empresário também denunciou irregularidades na obra da Arena Mestre Oscar, onde sua empresa teve os serviços interrompidos pela SEMOB e transferidos para o Consórcio Amapá, com um pagamento de R$ 338 mil pelo alambrado, valor superior ao contrato anterior de R$ 293 mil.
Monteiro de Oliveira alega que as evidências de suborno estão no comportamento de Cassio Cruz à frente da Semob e na proteção que recebe do prefeito Antônio Furlan, que, segundo ele, demonstra "instinto de sobrevivência" ao blindar seus aliados investigados por corrupção.
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O empresário relembrou um depoimento anterior, em meados de 2023, onde afirmou ter pago 5% de R$ 10 milhões ao "superior" de Cassio Cruz e, posteriormente, R$ 20 mil ao secretário. Ele também mencionou o pagamento de R$ 30 mil por outro empresário a Cruz, referente a outro contrato.
Na videoconferência, conduzida pelo juiz Mateus Pavão, estavam presentes o promotor Adriano Medeiros e as defensoras Mylene Montenegro e Clariane Oliveira.
Durante o depoimento, Monteiro de Oliveira detalhou as circunstâncias que o levaram a acusar o secretário de propina, incluindo pressões e pagamentos em dinheiro. Ele também explicou o caso da Arena Mestre Oscar, onde alega que a Semob utilizou o relatório fotográfico de sua empresa para pagar um valor maior a outra empresa, Consórcio Amapá, caracterizando desvio de recursos públicos.
O empresário criticou a postura do delegado responsável pelo caso, que inicialmente não queria ouvi-lo, e a atuação da assessora jurídica da Semob, Pamela, que o acusou de destruir patrimônio público com base em um contrato de outra empresa.
Monteiro de Oliveira finalizou o depoimento pedindo ao Ministério Público que investigue o caso da Arena Mestre Oscar, destacando seus 32 anos de atuação no Amapá sem problemas com obras públicas.
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