Estagiários contratados pela Prefeitura de Santana, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Seme), procuraram a reportagem novamente, sob a condição de anonimato, para denunciar o persistente atraso no pagamento de suas bolsas-auxílio e auxílio-transporte. Os valores referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2025 ainda não foram repassados, gerando grande preocupação entre os estudantes.
Além da falta de pagamento, os estagiários relatam um grave desvio de função. Embora contratados para auxiliar professores em sala de aula, muitos estão desempenhando funções cruciais como cuidadores de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Eles descrevem a remuneração de R$ 600,00 de bolsa-auxílio e R$ 176,00 de auxílio-transporte como "irrisória", especialmente considerando as responsabilidades assumidas e a ausência de pagamentos.
Os estudantes afirmam que, desde janeiro de 2025, a Seme não tem realizado os repasses e não oferece nenhuma previsão para a quitação dos débitos. A situação é ainda mais revoltante, pois o Programa de Estágio Remunerado é custeado por uma Emenda Parlamentar Federal, cujo valor de R$ 3.637.200,00 (três milhões, seiscentos e trinta e sete mil e duzentos reais) foi recebido na totalidade pela Prefeitura Municipal de Santana em 2024.
Os jovens contam que já buscaram diversas vezes a administração pública para cobrar os pagamentos em atraso, mas não obtiveram respostas ou prazos. Para eles, a situação configura um completo descaso por parte da gestão municipal. Sentindo-se "enganados e desrespeitados", os estagiários ressaltam que, assim como outros trabalhadores, possuem compromissos financeiros e responsabilidades familiares. Muitos dependem desses valores para realizar a rematrícula no semestre 2025.2 da faculdade, sem a qual correm o risco de interromper os estudos.
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