Com a licença concedida pelo Ibama para que a Petrobras inicie a perfuração de um poço em águas profundas do Amapá, cresce a expectativa por novas oportunidades de trabalho. Mas especialistas alertam: nem todos os empregos estarão nas plataformas, a maior parte das vagas será criada em terra firme, exigindo capacitação profissional.
Quais empregos do petróleo podem surgir no Amapá?
A exploração na Margem Equatorial deve movimentar uma ampla cadeia de profissões. Além de engenheiros e técnicos especializados em perfuração, produção e operação, o setor vai demandar trabalhadores em várias frentes, do padeiro ao engenheiro.
Entre os cargos e áreas mais promissoras estão:
- Engenheiros:petróleo, químico, civil, mecânico, elétrico e ambiental.
- Geólogos e geofísicos:mapeamento e análise de reservas.
- Técnicos em perfuração, produção e operação:atuação direta em sondas e dutos.
- Profissionais de segurança e meio ambiente:gestão de riscos e licenciamento.
- Operadores de máquinas pesadas e equipamentos offshore.
- Soldadores, caldeireiros, eletricistas, mecânicos e encanadores industriais.
- Profissionais de TI e automação:monitoramento remoto e segurança digital.
- Motoristas, marítimos, operadores portuários e técnicos de transporte aéreo e fluvial.
- Trabalhadores da construção civil, manutenção industrial e montagem.
- Profissionais de alimentação, hotelaria e limpeza industrial.
- Consultores ambientais, contábeis e jurídicos especializados no setor.
Empregos indiretos e o impacto econômico no Amapá
A exploração vai impulsionar uma cadeia produtiva diversificada, gerando empregos diretos, indiretos e induzidos. Além dos cargos técnicos, haverá procura por padeiros, cozinheiros, garçons, recepcionistas, motoristas, mecânicos, eletricistas, técnicos de informática, administradores e contadores.
Nos empregos induzidos, o crescimento da economia deve ampliar vagas em restaurantes, supermercados, clínicas, escolas técnicas, bancos e empresas de crédito. O impacto positivo também virá por meio dos royalties do petróleo, investimentos em infraestrutura e fortalecimento do comércio local.
Santana e Macapá terão papel estratégico no setor petrolífero
Cidades com vocação logística, como Santana, devem concentrar embarques e desembarques de cargas e manutenção portuária, enquanto Macapá se consolida como polo de formação profissional e serviços corporativos.
“O Amapá precisa preparar a infraestrutura, mas também sua população. A qualificação é essencial para aproveitar as oportunidades que virão”, afirmou o vice-governador Teles Júnior durante coletiva recente no Palácio do Setentrião.
Oiapoque: nova fronteira da cadeia produtiva
No extremo norte do estado, Oiapoque já sente os primeiros reflexos da chegada da Petrobras.
A cidade abriga uma base de operações e resgate de fauna, essencial para a segurança ambiental, e terá um centro logístico de apoio à exploração na Bacia da Foz do Amazonas, que vai gerar empregos em hotelaria, alimentação, transporte e serviços.
Capacitação: o diferencial para conquistar uma vaga no Amapá
Senai, Senac, Ueap e Sebrae já oferecem cursos gratuitos voltados ao setor de energia, petróleo e diversas outras áreas Além dessas, escolas técnicas e faculdades particulares também disponibilizam formações especializadas em áreas ligadas à exploração e à cadeia produtiva do petróleo, com opções presenciais e a distância.
“Sai na frente quem se capacitar agora. O setor vai precisar de gente qualificada em todos os níveis, não apenas nas plataformas”, reforça um especialista do Sebrae Amapá.
Oportunidades que aquecem a economia local
Com a movimentação na Margem Equatorial, restaurantes, supermercados, oficinas, escolas, hotéis e clínicas devem crescer junto.
O chamado efeito multiplicador vai gerar novos negócios em Macapá, Santana e Oiapoque, fortalecendo o consumo e a renda em toda a economia amapaense.
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