A brutalidade da violência doméstica, que resultou na morte de um vizinho no bairro Infraero I, chegou a um desfecho na noite da última segunda-feira (23) com a captura de Lourivaldo Trindade dos Santos, de 36 anos. Ele é o autor da facada fatal que tirou a vida de José Maria da Silva, de 49 anos, no último domingo (22), quando José Maria interveio para proteger sua vizinha de um ataque.
A mulher, de 35 anos, revelou à polícia que, apesar de separada de Lourivaldo há mais de seis meses, continuava sendo alvo de ameaças e agressões. Havia, inclusive, uma medida protetiva expedida pela Justiça para afastar o agressor, o que demonstra a escalada da violência que culminou na tragédia.
Na noite do crime, Lourivaldo invadiu a casa da ex-companheira, iniciando uma discussão que rapidamente se transformou em agressão física. José Maria da Silva, o vizinho, tentou defender a mulher, mas foi atingido por um único golpe de faca no peito, morrendo no local.
Confissão e homicídio qualificado
Após o assassinato, Lourivaldo fugiu de mototáxi em direção ao Km 12 da BR-210, onde costuma trabalhar em chácaras. Contudo, sua fuga durou pouco. Por volta das 19h20 desta segunda-feira (23), ele foi localizado e abordado pela Polícia Rodoviária Federal no posto do Km 8 da BR-210, em Macapá.
Ao ser confrontado, Lourivaldo confessou o assassinato e alegou que já estava a caminho para se entregar.
O delegado Wenderson Braga, responsável pelo caso, afirmou que Lourivaldo será indiciado por homicídio qualificado. A qualificação se deve ao fato de o ataque ter sido inesperado, sem dar à vítima qualquer chance de defesa.
"Foi um crime covarde. A vítima apenas tentava proteger a vizinha e acabou sendo morta sem qualquer possibilidade de reação. O autor será responsabilizado por homicídio qualificado", destacou o delegado Braga, reforçando a gravidade da ação.
O delegado ainda revelou que Lourivaldo já respondia a um inquérito anterior por tentativa de feminicídio, registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), envolvendo a mesma ex-companheira. Esse episódio ocorreu antes do homicídio de José Maria.
A mulher, ainda em estado de choque e profunda tristeza, lamentou a perda do vizinho. "Ele tentou me ajudar. Morreu sendo justo", disse ela, prestando uma homenagem ao ato de bravura de José Maria da Silva.
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