Nas redes sociais, um comentário pode atravessar a tela e atingir reputações como flechas invisíveis. No Amapá, o ex-governador João Capiberibe foi alvo de uma dessas palavras lançadas ao vento, daquelas que viralizam rápido, mas custam caro depois.
A Justiça, desta vez, fez o papel de espelho: mostrou que a liberdade de expressão não é um escudo para a ofensa, e que o “post impensado” pode acabar em retratação pública.
O autor do comentário, Cleyto de Jesus França Fernando, escreveu, em março de 2025, uma acusação infundada contra Capiberibe. Disse o que quis, sem prova, sem freio, sem pensar. Meses depois, diante de um processo judicial e da gravidade do que publicou, voltou atrás.
Em retratação oficial, admitiu o erro: “Reconheço que o comentário foi ofensivo, inapropriado e inverídico. O que escrevi não tem qualquer base em fatos reais e foi feito de forma impensada.”
As palavras, agora em tom de desculpa, tentam corrigir o que o algoritmo já espalhou. Mas o arrependimento, embora digno, nunca tem o mesmo alcance da primeira ofensa.
Capiberibe, ex-prefeito, ex-governador e ex-senador do Amapá, aceitou o pedido de desculpas. Disse que o reconhecimento da falha é um passo importante para “restabelecer a verdade e o respeito mútuo”.
Mas há algo maior nesse gesto: o entendimento de que a internet não é uma terra sem lei, e que a liberdade de expressão é um direito e não uma licença para ferir a honra de outro cidadão.
Nesse episódio, o tribunal serviu não só como palco de reparação individual, mas como lembrete coletivo: o teclado também carrega responsabilidade.
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