Durante anos, ouvir do médico que sua pressão estava em 12 por 8 era quase um selo de saúde perfeita e até virou jargão: “pressão de bebê”. Mas a nova diretriz apresentada no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que ocorreu nesta semana em São Paulo, mudou essa história. Agora, valores entre 12/8 e 13,9/8,9 mmHg entram na categoria de pré-hipertensão.
O que muda
A partir de agora, portanto, para que a aferição passe a ser considerada pressão normal, ela precisa ser inferior a 12 por 8. Valores iguais ou superiores a 14 por 9 permanecem sendo considerados quadros de hipertensão em estágios 1, 2 e 3, a depender da aferição feita pelo profissional de saúde em consultório.
Por que essa mudança aconteceu?
A ideia é endurecer as metas para prevenir doenças graves. Antes, bastava manter abaixo de 14/9. Agora, o alvo é ficar abaixo de 12/8 para todo mundo. A medida segue padrões já adotados na Europa e busca reduzir riscos de infarto, AVC e insuficiência renal.
O que significa estar em pré-hipertensão?
Não é motivo para pânico, mas é um sinal de alerta. A recomendação é ajustar hábitos de vida e, em alguns casos, iniciar tratamento. O famoso “pressão de bebê” deixou de ser tão inocente e ganhou status de “pré-adulto problemático” no mundo da cardiologia.
Novidades além do número no aparelho
A diretriz traz ainda o escore PREVENT, que calcula o risco cardiovascular em 10 anos, considerando fatores como diabetes, obesidade e colesterol alto. Também dedica capítulos ao SUS - onde estão 75% dos hipertensos - e à saúde da mulher, com orientações para gestantes, menopausadas e quem usa anticoncepcionais.
Comentários: