A poucos dias da celebração do Dia do Trabalhador, a empresa E.L. Corrêa, que presta serviços em diversas áreas da prefeitura de Macapá, deflagrou uma onda de demissões em massa, lançando uma sombra de apreensão sobre centenas de famílias. Os funcionários, muitos deles conhecidos como "verdinhos" por atuarem na limpeza urbana e outras secretarias, estão sendo convocados para assinar seus avisos de desligamento, gerando revolta e incerteza quanto ao futuro profissional.
A reportagem do De Bubuia apurou que a justificativa oficial para as demissões seria o término de contratos de trabalhadores admitidos em 2019. No entanto, relatos de bastidores apontam para uma situação mais complexa e perturbadora. Chefias da empresa teriam orientado os funcionários a buscarem o apoio de "padrinhos políticos" como condição para uma possível recontratação após a dispensa.
Essa informação, que circula intensamente em grupos de mensagens dos trabalhadores, escancara a possível influência política nos processos de contratação, fomentando um clima de injustiça e favorecimento. Um funcionário, sob anonimato por temer represálias, relatou à nossa equipe o teor de uma reunião que expôs a delicada situação: "Fomos notificados pelos diretores das escolas. A alegação é que políticos da base de apoio estão cobrando a contratação de seus indicados, e a prefeitura pediu para a empresa agilizar as demissões."
Os "verdinhos", que atuam principalmente na Secretaria Municipal de Obras (Semob) e em outras pastas, vivem agora a angústia de perder seus empregos em meio a essa disputa de poder. A reportagem teve acesso à lista de funcionários a serem desligados, confirmando a iminência da demissão em massa.
Apesar da garantia inicial da empresa de que todos os direitos trabalhistas serão respeitados e pagos "direitinho", o medo de não serem recontratados assola os trabalhadores. A situação é ainda mais dramática para aqueles que já enfrentam atrasos salariais, como é o caso dos "verdinhos" da Semob, para quem a perspectiva de perder o emprego em meio à instabilidade financeira é ainda mais desesperadora.
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