Os jornalistas Heverson Castro e Iran Fróes foram presos neste domingo (17) durante agenda do prefeito de Macapá, Antônio Furlan, após um tumulto em frente ao Hospital Municipal da Zona Norte. O caso ganhou repercussão imediata nas redes sociais, com versões de que o prefeito teria sido agredido, fato que não foi confirmado, tanto que Furlan não figura como vítima no boletim de ocorrência.
Durante a vista do prefeito a obra, Heverson o questionou sobre o atraso no cronograma da obra, iniciada em 2023, e também sobre o cenário político municipal. As perguntas não agradaram Furlan, que reagiu de forma ríspida. O celular de Iran, que registrava a cena, teria sido derrubado pelo próprio prefeito.
A partir daí, o clima se deteriorou. Testemunhas relataram que assessores e apoiadores do prefeito agrediram os jornalistas com empurrões e socos, numa tentativa de silenciar as perguntas. A reação foi tão intensa que, segundo o guarda municipal Armando, os dois comunicadores chegaram a ser imobilizados por populares e corriam sério risco de serem linchados.
“Se a gente não chegasse antes, com certeza seriam linchados”, afirmou o guarda, ao relatar que precisou intervir para garantir a segurança dos profissionais. (Imagens Olho de Boto/Portal Seles Nafes)
Acusações frágeis
Após a confusão, os jornalistas foram levados ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) e, em seguida, conduzidos à Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DECCM). O motivo foi a denúncia de duas assessoras, que alegaram terem sofrido cotoveladas, empurrões e xingamentos.
No entanto, o advogado Maurício Pereira, que acompanha os jornalistas, contestou a versão. Segundo ele, não há imagens que comprovem as supostas agressões, e os jornalistas, na verdade, foram vítimas de violência enquanto cumpriam o dever de informar.
“Eles estavam cumprindo seu mister como jornalistas, defendendo o direito de expressão, e foram vítimas de violência contra a sua profissão e prerrogativas”, afirmou o defensor.
O que pesa contra os jornalistas
- Denúncia de duas mulheres por suposta agressão (sem imagens de comprovação)
- Acusação inicial de agressão ao prefeito, não confirmada nem registrada em boletim
- Prisão ocorreu em meio a tumulto, com jornalistas já imobilizados por populares
A expectativa é de que o caso resulte em um termo circunstanciado, sem prisão em flagrante, já que as acusações não se sustentam em provas materiais.
 
                     
                                                                                                             
                                                                                                             
                         
                                                             
                             
                     
                     
                     
                     
                                             
                                             
                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
            
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