A Câmara de Macapá viveu, em 3 de outubro, um marco histórico: mulheres conquistaram cargos inéditos na Mesa Diretora. Mas o vereador Alexandre Azevedo foi à Justiça para tentar barrar esse avanço.
Com 16 votos legítimos, as vereadoras conquistaram a 1ª e 2ª vice-presidência e a 2ª secretaria da Casa. Era a primeira vez que mulheres alcançavam espaço estratégico na direção do Legislativo municipal.
O vereador Alexandre Azevedo (Podemos) entrou com um Mandado de Segurança no TJAP para suspender a eleição. O desembargador Adão Carvalho concedeu liminar e interrompeu o processo, retirando o protagonismo feminino recém-conquistado.
Azevedo foi um dos que votaram a favor da mudança no Regimento Interno e na Lei Orgânica que permitiram a eleição antecipada da Mesa. Apesar disso, agora tenta invalidar a regra que ele mesmo ajudou a aprovar.
Além disso, embora tenha defendido projetos como o “Selo Mais Mulheres na Cultura”, quando se tratou de garantir espaço real às vereadoras, atuou contra elas.
A medida judicial foi vista como ataque direto à democracia e à participação feminina na política. Movimentos sociais e entidades de defesa da mulher avaliam acionar o Ministério Público e a Procuradoria da Mulher da Câmara para contestar a decisão.
O TJAP terá de decidir se mantém a liminar que suspendeu a eleição ou se devolve às vereadoras o direito de ocupar os cargos conquistados. O desfecho pode marcar o futuro da representatividade feminina na política de Macapá.
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