Em meio à crise hídrica que assola o Arquipélago do Bailique, no Amapá, o governo estadual intensifica os esforços para minimizar os impactos na saúde da população local. Uma equipe técnica da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) está realizando um levantamento detalhado dos problemas ocasionados pela salinização e estiagem, com o objetivo de subsidiar ações do Ministério da Saúde e garantir o bem-estar dos moradores.
A iniciativa, que faz parte das medidas emergenciais adotadas pelo governo, inclui a distribuição de água potável e kits de higiene, além da oferta de atendimento médico e assistência social. A coleta de dados durante essas ações está sendo fundamental para a construção de um diagnóstico preciso da situação.
"A falta de água potável e a exposição a condições insalubres aumentam o risco de doenças, especialmente as diarreicas e respiratórias", alerta o superintendente da SVS, Cássio Peterka. "Com esse diagnóstico, poderemos solicitar ao Ministério da Saúde o kit de calamidade do Vigidesastres, que inclui medicamentos, alimentos e outros insumos essenciais para atender as necessidades da população."
A salinização do Rio Amazonas, causada pela intrusão da água salgada do oceano, tem comprometido a qualidade da água utilizada para consumo humano e atividades domésticas. Para minimizar os riscos à saúde, a SVS está distribuindo hipoclorito de sódio, um produto utilizado para purificar a água e eliminar microrganismos causadores de doenças como hepatite A, E, cólera e rotavírus.
"É importante ressaltar que o uso correto do hipoclorito de sódio é fundamental para garantir a eficácia do tratamento da água", explica Jester Costa, biomédico e chefe da Unidade de Controle de Risco Ambiental da SVS. "A dosagem correta é de duas gotas por litro de água, e o produto deve agir por 30 minutos antes do consumo."
Além do diagnóstico e da distribuição de insumos, o governo do Amapá está trabalhando em outras frentes para enfrentar a crise hídrica, como a construção de poços profundos e a captação de água de chuva. A meta é garantir o acesso à água potável e melhorar as condições de vida da população do Bailique.
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