A dor do luto e a esperança de um novo começo se entrelaçaram na história de uma criança de 4 anos, órfã de feminicídio, que encontrou um lar seguro nos braços da avó materna em Tartarugalzinho, no Amapá. A Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), em uma atuação interestadual, garantiu que a menina, vítima da violência que ceifou a vida da mãe em Baião, no Pará, pudesse recomeçar a vida em um ambiente familiar acolhedor.
Após a tragédia, a criança foi abandonada pelo pai e encaminhada para a casa de um tio paterno em Tucuruí, também no Pará. Diante da incerteza sobre o futuro da neta, a avó materna procurou a DPE-AP em Tartarugalzinho, buscando oficializar a guarda da menina.
O defensor público José Norat, sensibilizado com a história, iniciou uma articulação conjunta com órgãos públicos do Pará e do Amapá, como Defensoria Pública, Ministério Público, Conselhos Tutelares e Secretarias de Assistência Social. A união de esforços permitiu que a criança fosse acolhida pela avó e que o processo de guarda fosse agilizado.
"A articulação entre os diversos órgãos dos estados do Amapá e Pará evidenciou um exemplo notável de cooperação interinstitucional. Essa colaboração otimizou recursos e acelerou o processo resultando em respostas céleres e efetivos. Foi um empenho excepcional de todos os envolvidos, superamos barreiras geográficas", destacou o defensor público José Norat.
A atuação da DPE-AP não se limitou à garantia da guarda. A instituição também assegurou um velório digno para a mãe da criança, possibilitando o traslado do corpo para que os familiares pudessem se despedir com respeito e dignidade.
"Fico muito alegre de ter minha netinha nos meus braços pra poder cuidar dela. Estava num desespero muito grande sem ela comigo, a Defensoria conseguiu trazer minha netinha e minha filha e isso me deu mais paz", disse a avó, emocionada.
A DPE-AP segue acompanhando o caso, buscando regularizar a guarda da criança e garantir seu bem-estar físico e emocional, com o apoio de profissionais capacitados. A instituição também busca assegurar os direitos da criança, como medida protetiva e pensão destinada a dependentes de vítimas de feminicídio.
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