A crise política em torno do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), se agravou após a revelação de que o delegado Raphael Paulino Lima, responsável pelo Termo Circunstanciado (TC) sobre a prisão de jornalistas, é um grande admirador do prefeito e deixa isso bem claro em suas redes sociais.

No relatório, Lima concluiu que Furlan agiu em legítima defesa de duas mulheres. A decisão ignorou as contradições entre os depoimentos do guarda municipal, que disse ter visto o prefeito sofrer um “mata-leão”, mas admitiu não presenciar o fato, e da assessora Anne Távora, que alterou seu relato duas vezes.
O delegado também desconsiderou um vídeo amplamente divulgado, no qual o jornalista Heverson Castro aparece calmo, apenas questionando o prefeito sobre a paralisação da obra. As imagens mostram o contrário da narrativa oficial: é Furlan quem aplica um mata-leão no jornalista.
Outro detalhe que gera questionamentos é a demora na tomada de depoimento. O episódio ocorreu às 10h da manhã, mas Heverson só foi ouvido oficialmente por volta das 20h, dez horas depois.
 A suspeição sobre o delegado ganhou força após a publicação de um comentário em suas redes sociais. No texto, Raphael Paulino Lima escreveu:
A suspeição sobre o delegado ganhou força após a publicação de um comentário em suas redes sociais. No texto, Raphael Paulino Lima escreveu:
“Existem momentos em que o povo fala mais alto que qualquer discurso. Hoje, em plena Corrida das Mulheres no interior do Amapá, não foram palavras - foram gestos: abraços, sorrisos, olhos brilhando. O povo sabe quem caminha com ele. O povo não esquece quem cuida, quem respeita, quem representa. E mais do que isso... o povo já escolheu. E quando o povo escolhe, não há força que reverta. Parabéns, prefeito Furlan. O senhor não precisa prometer - basta aparecer. A resposta está nas ruas.”
A manifestação, descrita por críticos como uma prova de admiração pessoal e política, enfraquece a tese de neutralidade da investigação. Para juristas, ao elogiar publicamente o investigado, o delegado deveria ter se afastado do caso para garantir a lisura do processo.
Agora, além da análise da conduta do prefeito, cresce a pressão para que o delegado seja denunciado à Corregedoria da Polícia Civil, sob suspeita de parcialidade e quebra de dever funcional.
O episódio vem sendo interpretado como uma tentativa de transformar o cerceamento da imprensa em ato de heroísmo político.
 
                     
                                                                                                             
                                                                                                             
                         
                                                             
                             
                     
                     
                     
                     
                                             
                                             
                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
            
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