Site de Notícias do Amapá

Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025

Notícias/Policial

Crime de transfobia em rede social resulta em indiciamento em Macapá

Investigação da 5ª DP mostra que perfis falsos também deixam rastros digitais rastreáveis mostrando que internet não é terra sem lei.

Crime de transfobia em rede social resulta em indiciamento em Macapá
Delegada Lívia Pontes fala sobre caso de transfobia investigado em Macapá. Foto: Aydano Fonseca/Agência Nagib
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Há quem ainda acredite que a internet seja um imenso deserto sem pegadas, onde se pode lançar pedras e desaparecer entre perfis falsos. Mas a verdade é que, como na vida real, todo criminoso deixa um rastro e, mais cedo ou mais tarde, alguém o seguirá. Foi assim no caso de um casal de Macapá que ousou não se calar diante da transfobia.

O que aconteceu?

Em maio deste ano, um casal, formado por uma mulher cis e um homem trans, denunciou um comentário de ódio recebido no Instagram. Um perfil falso, escondido atrás do anonimato, publicou uma mensagem transfóbica que tentou reduzir identidades a insultos.

Eles poderiam ter ignorado, como muitos fazem, engolindo em silêncio o veneno da intolerância. Mas não. Foram à 5ª Delegacia de Polícia da Capital, que tem a atribuição de acolher a comunidade LGBTQIAPN+. Lá, decidiram transformar dor em denúncia.

Publicidade

Leia Também:

Como a Polícia Civil identificou a autora do crime?

A investigação revelou o que muitos insistem em negar: a rede virtual também guarda pegadas. Com trabalho técnico, a polícia rastreou o perfil, identificou a responsável e a intimou. A mulher, de 32 anos, confessou ter criado a conta falsa, mas disse não se lembrar do comentário.

Para a delegada Lívia Pontes, titular da 5ª Delegacia de Polícia da Capital , o caso é emblemático. “Muitas vezes, infelizmente, as vítimas não têm ideia da gravidade do crime. Acham que não vai acontecer nada. Só que nesse caso as vítimas procuraram a polícia e tivemos êxito em identificar a autora. Comentários de ódio deixam marcas e podem resultar em processo criminal.”

Qual a base legal para o indiciamento?

O inquérito foi concluído com base na Lei 7.716/1989, que trata dos crimes de discriminação e prevê punição a quem atenta contra a dignidade por identidade de gênero. O caso agora segue para análise do Ministério Público, que poderá oferecer denúncia formal.

A internet é ou não é terra sem lei?

O episódio reafirma uma lição: o espaço virtual não é um lugar sem regras. Comentários ofensivos ou discriminatórios, mesmo sob máscaras digitais, podem ser rastreados e punidos. O silêncio protege apenas o agressor; a denúncia é a voz que rompe a impunidade.

Comentários:
De Bubuia

Publicado por:

De Bubuia

Saiba Mais

Veja também

Geral
Geral

Envie sua mensagem, estaremos respondendo assim que possível ; )