O prefeito de Macapá, Antônio Furlan, voltou a ser alvo de críticas após novas declarações sobre o transporte público da cidade. Durante uma entrevista na rádio Diário FM, nesta quarta-feira (18), o gestor municipal afirmou que, ao assumir a prefeitura, encontrou apenas 40 ônibus em circulação.
No entanto, essa afirmação foi prontamente desmentida pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) e depois pela ex-diretora-presidente da Companhia de Transportes e Trânsito de Macapá (CTMac), Selma Miranda.
Em uma publicação nas redes sociais, Selma Miranda apresentou dados que contradizem a afirmação de Furlan. Segundo a ex-diretora, ao final da gestão anterior, a frota de ônibus de Macapá era composta por 179 veículos, operados pelas empresas Expresso Marco Zero, Expresso União, Sião Thur, Capital Morena e Amazontur. DADOS OPERACIONAIS-CTMAC - DEZEMBRO DE 2020
"As tratativas que você fez com as empresas não nos interessam. Interessa o seu compromisso com a verdade. Não minta, tenha responsabilidade com a população de Macapá e com os munícipes que moram nela", desabafou Selma.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) também se manifestou sobre o assunto, reforçando as informações apresentadas por Selma Miranda e acusando Furlan de promover o sucateamento intencional do transporte público.
Em nota, o Setap afirma que a redução da frota de ônibus tem como objetivo beneficiar empresas recém-criadas.
Leia a nota na íntegra
NOTA DO SETAP
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) lamenta a forma vil, aleivosa e pusilânime com que o prefeito Furlan se referiu às empresas de ônibus em entrevista na manhã desta quarta-feira, 18, na Rádio Diário FM. Desde que iniciou a atual gestão, tem sido promovido o sucateamento do transporte público com o nítido objetivo de favorecer a entrada de empresas criadas a "toque de caixa".
Em três anos, a atual gestão reduziu de 162 para 40 o número de ônibus e fracassou em duas tentativas de promover chamamento público pois a tarifa é defasada e não há segurança jurídica em razão de tantos episódios em investigação relacionados à fraude processual e fraude à licitação.
O Setap atualmente aguarda julgamento de recurso no Tribunal de Justiça no processo de fraude na licitação do sistema de bilhetagem e já teve decisão favorável no processo que considerou ilegal a intervenção no sistema de transporte e retirada sumária de uma empresa de ônibus.
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