A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, decretada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começa a valer no próximo dia 6 de agosto. Fora da lista de isenções, o açaí amapaense, que representa 10% do valor total exportado pelo Estado, corre o risco de sofrer fortes prejuízos.
Diante desse cenário, o senador Randolfe Rodrigues articulou a vinda de técnicos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) ao Amapá para reunir-se com produtores, exportadores e cooperativas de açaí.

E nesta quinta-feira (31), ele esteve na fábrica da Bio+Açaí, em Macapá, onde acompanhou de perto o processo de produção e conversou com trabalhadores e dirigentes da cooperativa sobre os desafios enfrentados pelo setor.
A missão é construir alternativas de mercado e abrir novas frentes internacionais para reduzir os impactos da decisão americana. O açaí não entrou na lista dos 694 produtos isentos pelo governo americano.
“O governo federal, em diálogo com o governo americano, está articulando para incluir mais produtos nesta lista, onde entraria o nosso açaí, mas precisamos preparar alternativas para qualquer cenário”, disse o senador.
A Bio+Açaí, cooperativa que reúne duas mil famílias extrativistas de quase todos os municípios do Amapá, além do arquipélago do Bailique e ilhas do Pará, é uma das mais afetadas. Segundo o diretor institucional, Paulo Moisés, a cooperativa tem capacidade de processar 15 toneladas por dia e estava pronta para exportar 300 toneladas de polpa para os Estados Unidos.
“Lamentamos a tarifação, mas confiamos na articulação do senador Randolfe e da Apex-Brasil para abrir novos mercados e garantir saída para nossa produção”, disse. O setor de açaí do Amapá movimentou US$ 16 milhões em 2024, representando 10% das exportações do estado e alcançando 47 países, com destaque para os EUA, quinto principal destino do produto.
Com selos de qualidade da União Europeia, Japão, Estados Unidos e o Selo Amapá, a Bio+Açaí já tem portas abertas em diferentes mercados. Para Randolfe, a presença da Apex-Brasil é crucial para fortalecer essa rede e buscar alternativas imediatas.
“É possível, junto à Apex e instituições como o BNDES, garantir apoio às famílias extrativistas e assegurar que o açaí continue gerando emprego e renda para o povo amapaense”, destacou o senador.
A expectativa é que os técnicos da Apex-Brasil estejam no Amapá nos próximos dias para reuniões com lideranças, produtores e cooperativas.
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