A suspensão dos atendimentos do SUS pelo Hospital São Camilo e São Luís, em Macapá, reacendeu uma crise que mistura saúde pública e bastidores políticos.
A decisão da direção nacional, tomada em São Paulo, foi classificada como “arbitrária e desumana”, por afetar diretamente pacientes da rede pública.
O governo do Estado afirma que mantém diálogo com a direção do hospital e estuda medidas legais e administrativas para garantir que ninguém fique sem assistência médica.
Segundo integrantes do governo, a dívida com o hospital vem desde 2011 e vem sendo amortizada gradualmente. Por isso, a suspensão dos atendimentos teria sido uma surpresa , e que a motivação vai além da questão financeira.
Tentáculos políticos e coincidências suspeitas
A decisão chega num momento delicado: o prefeito de Macapá, Antônio Furlan, enfrenta protestos dos professores municipais, que farão paralisação nos dias 16 e 17 de outubro.
Coincidência ou não, Furlan tem histórico de ligações com o Hospital São Camilo, onde já manteve vínculos administrativos e empresariais antes de entrar na política.
Nos bastidores, a avaliação é que a influência do prefeito dentro da instituição ainda existe e que a crise atual pode ter sido amplificada por interesses cruzados entre gestão pública e setor privado.
Cortina de fumaça em meio à pressão política
A decisão do São Camilo surge justamente quando o cerco político se fecha contra Furlan, pressionado por servidores, professores e aliados em crise.
Ou seja, a suspensão dos atendimentos age como cortina de fumaça, desviando a atenção das manifestações e criando um novo foco de tensão em plena semana de mobilização sindical. “É uma manobra cruel que atinge quem mais precisa: o povo”, resume um assessor ouvido pela reportagem.
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