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Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025

Notícias/Direitos Humanos

Museu Kuahí renasce sob gestão indígena e com apoio decisivo do governo Clécio

O museu não é só sobre cultura. É sobre dignidade. É sobre escutar quem sempre foi silenciado. E tudo isso acontecendo no coração do Oiapoque, na terra que é fronteira e origem, limite e começo.

Museu Kuahí renasce sob gestão indígena e com apoio decisivo do governo Clécio
Fotos: Sal Lima
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Depois de 12 anos mergulhado no silêncio, o Museu Kuahí dos Povos Indígenas do Oiapoque volta a pulsar neste sábado (19). Não como uma simples reinauguração, mas como um gesto histórico de reparação simbólica, onde a memória, os cantos, os grafismos e a sabedoria ancestral dos povos originários do Amapá voltam a ter casa e voz - sob o próprio comando de quem detém essa história.

O governador Clécio Luís chega ao município do extremo norte com a consciência de que não está apenas devolvendo um prédio. Está entregando autonomia, fortalecendo línguas ameaçadas, valorizando o saber coletivo e dizendo - com política pública e sensibilidade - que os povos indígenas do Amapá não estão sozinhos.

Um museu administrado 100% por indígenas. É deles, para eles - e também para todos os que estiverem dispostos a escutar. A reabertura do Kuahí acontece com os Karipuna, Palikur-Arukwayene, Galibi-Marworno e Galibi Kali'na ocupando todos os espaços, com seus cantos, danças, artes, e sobretudo, com sua presença afirmativa.

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“Isso aqui é uma política de Estado que respeita a autonomia indígena e reconhece sua importância para a identidade do Amapá e do Brasil”, resume Clécio.

No acervo, mais de 500 peças etnográficas foram catalogadas e digitalizadas. O museu oferece biblioteca, oficinas, loja de artesanato, redário e uma maloca para encontros culturais. A gestão, o conteúdo, as decisões e os rumos — tudo foi discutido com os próprios povos indígenas. “Eles disseram o que queriam e o Estado ouviu. É assim que deve ser”, pontua o governador.

Kuahí, que significa “pacú” na língua local - o peixe prateado que nada em cardume - sintetiza o espírito coletivo dessa retomada. Um só corpo, muitas vozes, unidos por uma história que não aceita mais ser apagada.

O sábado será de festa, mas também de reflexão e pertencimento. A programação começa cedo e atravessa o dia com música, arte, apresentações tradicionais e rituais que são, por si só, uma aula viva de Brasil profundo. Tudo isso acontecendo no coração do Oiapoque, na terra que é fronteira e origem, limite e começo.

E quem tiver olhos para ver, vai perceber que não é só sobre cultura - é sobre dignidade. É sobre escutar quem sempre foi silenciado. É sobre fazer história com quem nunca deixou de tê-la.

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De Bubuia

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