A Câmara Municipal de Macapá abriu, nesta terça-feira (19), um novo capítulo na crise política envolvendo o prefeito Antônio Furlan (MDB). Durante a sessão ordinária, foi lida a representação que pede a cassação do chefe do Executivo, apresentada pelo cinegrafista Iran Froes, após episódio de agressão ocorrido no domingo (17).
A denúncia foi oficializada e incluída na pauta pelo presidente da Casa, vereador Pedro Dalua (União Brasil), que determinou o início do trâmite interno. Agora, os parlamentares terão de avaliar se o pedido será admitido, o que pode levar à abertura de uma comissão processante. A comissão é presidida pelo vereador Ruzivan, com relatoria de Alessandro Monteiro e membro Alexandre Azevedo.
Em entrevista coletiva, Pedro Dalua criticou duramente a postura do prefeito e a narrativa construída.
“O clamor nacional da imprensa foi imediato. Todos viram o vídeo; não havia duas mulheres agredidas. Infelizmente, o prefeito insiste em colocar duas mulheres com escudo para tentar transformar o ato de cerceamento da imprensa em um gesto de heroísmo. Ele tenta se apresentar como defensor das mulheres, mas o vídeo mostra que isso não aconteceu. Mesmo se houvesse a agressão, ele não teria direito de reagir fisicamente; deveria ter acionado a força policial e seguido a lei.”
Dalua também comentou sobre a gravidade do episódio envolvendo a equipe de reportagem.
“Um colaborador do portal Macapá foi detido e permaneceu mais de sete horas no Camburão, mesmo com problemas cardíacos. Não podemos permitir que se construa uma narrativa falsa para justificar atos ilegais, ainda mais utilizando a pauta feminina para tentar passar uma imagem de heroísmo.”
Sobre os próximos passos do processo, o presidente da Câmara explicou.
“A comissão convocará testemunhas, inclusive o prefeito, e analisará todas as provas. O mínimo é arquivamento, o máximo é cassação. Esse é um debate jurídico, mas principalmente de responsabilidade. Criamos ambientes favoráveis à estabilidade, mas quem mantém o clima de crise é o próprio prefeito.”
O caso já repercute nacionalmente, aumentando a pressão sobre os vereadores e podendo impactar diretamente o cenário político e eleitoral de 2026 em Macapá. Especialistas afirmam que a condução do processo poderá definir rumos importantes para a administração municipal e a imagem pública do prefeito.
 
                     
                                                                                                             
                                                                                                             
                         
                                                             
                             
                     
                     
                     
                     
                                             
                                             
                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                             
            
Comentários: